sexta-feira, 26 de abril de 2013

Conselho Estadual de Cultura manifesta-se sobre a demolição da SAT em Tramandaí (RS)


A obra de demolição, iniciada na semana passada, foi embargada pela Justiça através de uma Ação Civil Pública movida pela Promotoria de Justiça do Ministério Público de Tramandaí. A denúncia da demolição foi formalizada pela Defender, pelo SAERGS – Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul e por outros moradores e veranistas. O IPHAE deverá ser convocado para emitir seu parecer técnico a respeito do valor cultural do bem, além de estabelecer diretrizes para a eventual reconstrução do que foi demolido.

Segue a manifestação aprovada por unanimidade pelo CEC-RS, na íntegra. Participaram da reunião, o presidente do SAERGS Cícero Alvarez, e o representante do núcleo regional da Defender Vale do Sinos, Jorge Luís Stocker Jr.

“O Conselho de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul manifesta sua contrariedade à demolição da edificação da Sociedade Amigos de Tramandaí – SAT. A preservação do patrimônio gaúcho é premissa neste Conselho e este ato vai de encontro à cultura do Estado.
O local foi palco de diversas atividades culturais e sociais do município de Tramandaí. Bailes, chás da comunidade, confraternizações e festas particulares movimentaram a cidade durante várias décadas. Aliado ao indiscutível valor imaterial, acrescenta-se o caráter arquitetônico. A edificação modernista com curvas marcantes e planos inclinados remete à Escola Carioca, manifestando uma comunhão de estilos entre o litoral gaúcho e o Brasil. O cuidado formal manifesta-se na inserção arquitetônica no terreno e no contraste horizontal e vertical criado entre a volumetria e a linearidade das esquadrias. A presença das artes visuais nas fachadas também é indício de um apreço arquitetônico. Tudo isso esquecido no momento da destruição que surpreendeu, não só os munícipes de Tramandaí, bem como os gaúchos como um todo.
Esta menção além de um manifesto de repúdio, busca solicitar providências que venham a impedir a continuidade de tal destruição. Muito mais que paredes, o que vem sendo destruído é a memória cultural e histórica da cidade de Tramandaí.
Porto Alegre, 25 de abril de 2013″

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