segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Visita orientada ao Centro Histórico de Hamburgo Velho

Por Jorge Luís Stocker Junior

No último sábado, dia 21, tive a oportunidade de organizar uma visita orientada ao Centro Histórico de Hamburgo Velho. Oportunidade esta proporcionada pelo Laboratório de Teoria e História da Arquitetura, onde sob a orientação do Arq. Ms. Leandro Manenti venho desenvolvendo levantamento e pesquisas referentes a cidade de Novo Hamburgo, com foco principalmente na arquitetura residencial que aqui se produziu a partir da imigração.

A visita orientada, que passou por mais de 36 edificações residenciais num trajeto de pouco menos de 2 km, foi elaborada dentro do espírito de extensão, ou seja, com a proposta de “devolver” o conhecimento desenvolvido na academia para a comunidade. Neste quesito conseguimos uma situação ainda mais interessante de troca de experiências, comprovada pela “horizontalidade” de relações que se estabeleceu rapidamente durante o trajeto. O conteúdo que desenvolvemos como laboratório teórico estruturou o roteiro, mas foram imprescindíveis as pertinentes observações do público participante, heterogêneo em idade e vinculação com o tema. Com a contribuição de cada um, por meio das experiências pessoais dos moradores e ex-moradores do bairro, das intervenções técnicas de parte dos acadêmicos e arquitetos e das interessantes questões propostas por alguns visitantes externos, obtivemos uma rica gama de relações estabelecidas entre os participantes e o ambiente construído que percorremos.

Acredito que o sucesso parte do ineditismo da proposta: não apenas tivemos a honra de realizar a primeira visita orientada desta natureza naquele centro histórico, cuja trajetória preservacionista é tão rica e remonta aos anos 80. Tivemos sim a oportunidade de promover uma inédita integração entre o conhecimento acadêmico construído a respeito do patrimônio arquitetônico do bairro com a comunidade interessada. Essa experiência foi enriquecida com a presença dos visitantes externos, que vieram de Sapiranga, Parobé, Porto Alegre, Bagé, Cachoeira do Sul, Guaporé, entre outros. Impossível não concluir que a efetiva preservação do patrimônio cultural de Novo Hamburgo já tarda e é de interesse geral.
O conhecimento acadêmico que até então se encontrava restrito a livros, inventários, enfim, contido no universo acessível apenas para aqueles que de fato pesquisam, foi finalmente oferecido para um grande público. Percorreu as ruas, a pé. E não na forma de um pretenso saber “construído”: tivemos o cuidado de acolher e contextualizar os relatos, as observações críticas sobre a qualidade da arquitetura de algumas casas, as comparações com a produção de outras cidades, e até mesmo diferentes posicionamentos sobre soluções adotadas nas restaurações.
Nas ruas de Hamburgo Velho, onde diariamente a fuligem e o desconforto acústico e visual trazido pelos automóveis predominam, acuando os pedestres, conseguimos levar um grupo de pessoas resgatando o prazer de uma caminhada urbana. Um belo momento de novos olhares, reflexões e relações, que nem o calor daquela manhã conseguiu minimizar.
Preenchemos enfim uma lacuna, que talvez sequer considerássemos a existência e proporção. E tudo com uma pequena iniciativa que, modesta em seu alcance, enxergo como uma “silenciosa revolução” que na sua aparente tranquilidade, pode ter trazido uma lufada de novos ares, otimistas e positivos para este sítio histórico que tanto precisa. Ares livres do ranço que o tema tanto remete. Fico grato pela acolhida que nossa iniciativa teve com os organizadores da 18ª Hamburgerberg Fest, cujo mérito de voltar interesses ao bairro através da festa deve ser aplaudido.

Em tempos de iniciativas espetaculares e de grandes programas e reformas urbanas que se pretende desenvolver no local, esperamos ter colaborado no sentido de trazer os principais interessados – aqueles que querem de fato “vivenciar” um bairro histórico – para o coração desta problemática. Acredito que o reconhecimento da riqueza da paisagem urbana, da arquitetura e da história deve vir através da apropriação dos valores culturais de Hamburgo Velho pela sociedade de Novo Hamburgo. Uma nova situação que só será possível com o cessar do atual processo de gentrificação. Fica essa visita orientada como humilde tributo a uma nova etapa, e a certeza de que como disse Jacques Dalibard, “Só a democracia participativa, aliada à informações e educação, poderá assegurar que as escolhas certas serão utilizadas”.

domingo, 9 de outubro de 2011

Apresentação na FIC/Feevale (2011)

Apresentação da pesquisa Arquitetura Residencial em Novo Hamburgo - 1824-1949, na Feira de Iniciação Científica da Universidade Feevale (2011)

Ação na casa de Wild Ferraz em Vera Cruz (RS)

Representantes da Defender estiveram realizando uma ação de vigilância na casa de Wild Ferraz, patrimônio tombado do município de Vera Cruz.
Recentemente, um início de incêndio criminoso danificou parte da escadaria e do assoalho da residência, bem como, o patrolamento da rua lateral causou a quebra de inúmeras vidraças.

Foram realizados registros fotográficos e gravadas entrevistas com moradores do local.

Integrou a ação o delegado do Vale do Sinos, Jorge Luís Stocker Jr., em visita pela região.